Dualismo


Ao olhar-me no espelho
Sentencio-me por meus medos
Sobrecarrego-me de angústias
Pelas algemas a mim impostas

Quem me dera romper tal clausura
Largar de vez tão árduo fardo
Sentir-me dono de outra vontade
Caminhar com pés descalços

Restar-me-ia a sombra do descanso
Gozar do bom desfecho que me fora dado
Despir-me das lanças do mal grado

Em minha face não haveria mais Venezas
Tão somente a pura realidade
E poderia eu amar de verdade.

                        Jota Alves

Comentários

  1. Texto muito enigmático. Todavia senti que tem tudo a ver comigo.

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